Vencem os mais fortes
20 de março de 2018
ELEIÇÕES ITALIANAS 2018, UM MÉTODO QUE PREMIA OS MAIS FORTES, NEM SEMPRE OS MELHORES.
Ainda sem termos os resultados finais do escrutínio de 100% das urnas das eleições ao Parlamento Italiano, para os nossos representantes da América do Sul, cuja apuração ficou suspensa quando faltavam pouco mais de 30 urnas a serem apuradas, sendo 15 ao Senado e 16 à Câmara dos Deputados, dá-se como certa a eleição para a Câmara, de 1 representante de cada partido/legenda mais votados proporcionalmente, ou seja, 1 para a USEI (Sangregorio – 35.923 votos), 1 para o MAIE (Borghese – 26.184 votos), 1 para a Lega/FI (Lorenzato 11.106 votos) e 1 ao PD (Longo – 8.906 votos). Já para o Senado, 1 vaga para o MAIE (Merlo – 52.739 votos) e outro para a USEI (Cario – 21.868).
Evidente a surpresa com a não eleição de Fabio Porta (desde 2008 como mais votado no PD para a Câmara na América do Sul), cuja estratégia de disputar o Senado foi prejudicada pela estranha e surpreendente votação obtida pela lista USEI, com o ainda desconhecido uruguaio/argentino Adriano Cario, resultado que foi rapidamente contestado pelo próprio Fabio Porta e que aguarda julgamento de recurso por ele apresentado junto à Corte d'Appello de Roma, quando a soma de mais de 10.000 (dez mil) votos estariam sob suspeita de serem, de alguma forma, desviados dos eleitores e sequencialmente votados em favor dos candidatos USEI, como amplamente noticiado recentemente e, evidentemente, todos nós, que atuamos com lisura e respeito às regras em todas as eleições, não aceitamos e exigimos rigorosa e definitiva apuração, com a punição dos culpados em qualquer fraude que tenha sido cometida.
Ainda, a candidata e ex-deputada Renata Bueno que, não obstante todos os recursos milionários investidos, e-mails e mensagens enviadas a todos os eleitores, não conseguiu obter o coeficiente eleitoral necessário de sua lista de última hora, ligada à ex-ministra italiana da Saúde, Lorenzin, denominada Civica Popolare, que não elegeu ninguém, nem mesmo na Itália. Uma grande surpresa pelo que se imaginava estar em jogo para a candidata e que certamente não estava disposta a abrir mão, diante da grande visibilidade que o cargo lhe trouxe nos últimos 5 anos, mesmo sem nenhum resultado para a nossa grande comunidade italiana no Brasil.
Sem sabermos os resultados finais – que podem aumentar com a soma de milhares de votos ainda não apurados aos candidatos em disputa – podemos indicar algumas peculiaridades que o sistema eleitoral apresenta, no que tange aos candidatos ítalo-brasileiros melhor colocados na eleição e o resultado final, com a soma parcial dos votos obtidos e a eleição ou não, conforme abaixo:
SENADO
FABIO PORTA PD 19.965
LUIZ PASTORE Lega/FI 14.815
HELENA MONTANARINI CP 9.945
LUCIANA LASPRO Maie 9.059
FERNANDO TREZZA CP 5.025
ANTONIO CHIANELLO Maie 4.916
SILVANA RIZZIOLLI LU 4.494
ANFREA DORINI Lega/FI 3.375
EVALDO VICENTINI USEI 2.989
CÂMARA
RENATA BUENO CP 14.250
LUIS MOLOSSI Maie 12.677
LUIZ LORENZATO LEGA/FI 11.106 ELEITO
FAUSTO LONGO PD 8.906 ELEITO
WALTER PETRUZZIELLO Maie 6.699
FABIO VICENZI PD 6.263
WALTER MAIEROVICZ LU 5.519
PASQUALE MATAFORA PD 4.740
DANIEL TADDONE UNITAL 4.088
THIAGO ROLDI UNITAL 3.876
SILVIA ALCIATI CP 2.856
SIMONE SEHNEM CP 2.295
ANTONIO LASPRO MAIE 2.080
ELAINE STARLING CP 2.078
CESARE VILLONE Lega/FI 1.883
Evidente que não existe eleição fácil, que os resultados refletem diversas circunstâncias do momento eleitoral em que vivemos, de pouca ou nenhuma informação dos eleitores, das falhas do sistema de votação que exclui eleitores interessados e permite que os desinteressados sejam, de formas até criminosas, transformados em eleitores de alguns candidatos que tiveram meios de acesso aos envelopes e, até votaram por eles às dezenas de milhares, como está sendo denunciado e apurado em Roma. E não foi apenas nesta última eleição que isso ocorreu e nada foi feito para que este tipo de fraude fosse evitado. Então os fortes, não só de recursos financeiros e estrutura, e inescrupulosos, que não tem receio de cometer ilícitos, acabam por ser privilegiados e, alguns deles, até eleitos... Aos escolhidos de acordo com as regras e com o voto lícito dos nossos cidadãos, como é o caso dos nossos representantes ítalo-brasileiros, nosso respeito e desejo de bom trabalho, mesmo que o cenário seja bem pessimista. Resta saber o que farão doravante a favor dos cidadãos ítalo-brasileiros. E nós estaremos de olho, porque são milhares que nos confiaram o voto e exigem que estejamos sempre IN MOVIMENTO!
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